Como estruturar um ecommerce?, por Mago do Ecommerce
Christopher Neiverth, mais conhecido como Mago do E-commerce, é considerado um dos melhores profissionais de ecommerce, ele é o nosso convidado pra dar dicas sobre como estruturar uma loja virtual. Continue a leitura!
Quando se falar “abrir um ecommerce é fácil”, bom, correto, abrir é fácil, mas toda a logística depois disso é trabalhosa (não confundir DIFÍCIL com TRABALHOSA). Muitos “especialistas” falam que é só botar na internet que vende. Mas aí a pessoa posta o produto, divulga nos stories do Instagram umas 3x por semana e daí reclama que não está vendendo e que o custo de mídia, site, etc, é caro.
Atualmente, existem mais de UM MILHÃO de ecommerces no Brasil, e ANTES da pandemia, abria-se cerca de 1.000 lojas por dia. Porém 80% dessas lojas virtuais fecham antes mesmo de completar um ano de existência.
Quando se fala em estrutura de ecommerce, pensa-se em toda uma logística para cada coisa. Desde controle de estoque, até o pós venda. E quem pensa dessa maneira, está totalmente correto(a).
65% de quem fechou, foi por falta de conhecimento e planejamento, e gestão da sua loja. E-commerce é como pilotar um avião.
É necessário ter rota, planejamento, checklists, processos, procedimentos, e dentro deles, o micro gerenciamento, e todos esses conjuntos, devem estar em sintonia, para que o avião, ou melhor, seu e-commerce, não caia.
E o papel do gerente de ecommerce é um aglomerado de funções: se continuarmos no exemplo de um avião, ele é mecânico, arquiteto, piloto, controlador de tráfego, comissário, etc.
E como estabelecer a estrutura do Ecommerce?
Primeiro, precisamos por no papel algumas coisas: o que venderemos?
Que plataforma de ecommerce teremos? Quais as formas de pagamento? Vou ter uma equipe me auxiliando? E sobre os preços, fotos e informações dos produtos, e o controle de estoque?
Todas essas informações devem ser colocadas em pauta. É chato, mas é necessário. Lembre-se que os produtos não vendem sozinhos.
Agora, que tipo de e-commerce seremos?
- B2C – Business to (two) Customer: vendas de produtos ou serviços direto da empresa para o consumidor. É a maioria dos ecommerces.
- B2B – Business to Business: semelhante ao B2C, porém de empresas para empresas. Um bom exemplo seria um atacadista vendendo para varejo ou uma fabricante de pneus vendendo para as montadoras.
- C2C – Consumer to Consumer: de pessoas para pessoas, sem envolvimento de empresas, como OLX, Enjoei.
- D2C – Direct to Consumer: venda de empresa para consumidor, com a diferença que a empresa é o próprio fabricante ou distribuidor, sem intermediários. Um exemplo seria o caso da Suvinil: que antes vendia suas tintas para casas de tinta e lojas de materiais de construção, e abriram seu próprio ecommerce, vendendo diretamente para os clientes.
- B2B2 – Business to Business to Consumer: O lojista vende seus produtos através de outra empresa ou canal de vendas terceirizado, buscando vender para o cliente final. Um exemplo seria os marketplaces: você abrir seu ecommerce (lojista) no Mercado Livre (canal terceirizado), onde o consumidor final comprará seu produto.
Agora precisamos definir uma lista de coisas:
Parcerias Principais
Estabeleceremos uma lista de fornecedores e parceiros que ajudarão a empresa a funcionar. Faça uma lista com TODOS eles.
Recursos Principais
Os recursos mais exigidos para nosso ecommerce funcionar. Precisaremos de um gateway para pagamentos? Sistema antifraude? Uma equipe? Computadores novos? O produto será estocado onde?
Atividades
Cadastro de produto, e-mail marketing, edição de fotos, SEO, etc. Todas as atividades necessárias pro dia-a-dia.
Relacionamento com Clientes
Como falaremos com nossos clientes? Seremos formais? “Descolados”? Ou uma abordagem mais íntima? É a forma padrão que realizaremos o atendimento aos clientes.
Canais
Por onde falaremos com nossos clientes? Email? Instagram? Facebook? O ideal é você aceitar a ideia do omnichannel: vários canais diferentes para alcançar seu público.
Segmentos de clientes
Que tipo de pessoas procuramos? Qual o nicho que estamos buscando? Se eu vendo computadores, qual é o meu nicho? Todos podem comprar um computador, mas quem dá mais foco nisso? Empresas de tecnologia. Gamers. Escritórios. Defina qual seu público-alvo.
Estruturas de custos
Quanto custará o site? O salário de cada membro da equipe? A plataforma? A hospedagem do site? O frete, a transportadora. Toda a parte que significa dinheiro saindo do seu bolso para o seu negócio.
Receita
Aonde devo agir para entrar dinheiro na minha conta? Vou vender pelo site? Pelo marketplace? Vou criar um programa de assinaturas?
Proposta de valor: o mais importante de tudo
É a percepção que a sua marca tem que dar pro consumidor final. Pense: “por que eu vou comprar uma camisa de 30 reais quando posso comprar uma de 160?” O que tem de VALOR (não financeiro) nessa camisa? É o material? É o peso da MARCA que ela carrega? Definir o valor da sua marca, dos seu produtos, define o valor da sua empresa.
Isso vai te ajudar a conseguir melhores fornecedores, mais alcance em marketing, melhorias em seus anúncios, etc.
E agora, Mago?
O melhor a se fazer agora, é fazer um checklist de tudo que deve ser feito ou melhorado e trabalhar PONTO A PONTO.
Já viu os custos da plataforma e está batendo com seu orçamento? Risca e vai pro próximo.
Já conseguiu fornecedores suficientes? Risca e bora pro próximo.
Já conseguiu estabelecer quais canais de atendimento você usará? Risca e bora pro próximo!
Isso é uma VISÃO GERAL do que deve ser feito antes de abrir um ecommerce, pois ao decorrer de sua experiência com ecommerce, você verá que é tanta coisa pra verificar, tanto micro gerenciamento pra fazer, que isso tudo, embora trabalhoso, vai ser o mais simples e prático, por ora.
Gostou ? O Mago do Ecommerce também deu dicas preciosas para melhorar o atendimento do seu ecommerce. Confira!